dezembro 15, 2018
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Há muito tempo que não escrevia para o blog, com muita pena minha. Infelizmente não tenho tido o tempo que desejava para escrever, mas espero agora conseguir lançar pelo menos um artigo por semana. O tempo o dirá. Para já, deixo-vos com um artigo escrito por um grande amigo que já não vejo há muito tempo.
Este artigo foi escrito pelo meu grande amigo Sérgio Ramos, professor de Ashtanga Yoga, viajante nato, sempre animado e à procura de novas experiências. Uma pessoa que procura a essência em tudo aquilo que faz, uma pessoa incrível sem qualquer sombra de dúvida.
Este post fala de alguns frutos que o Sérgio conheceu ou teve o prazer de provar durante as suas viagens. Alguns deles nem eu alguma vez tinha visto. Tenho a certeza que vão gostar.
Ora aqui vai, desfrutem:
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Este fruto (fotografia em cima) mais conhecido por Pitahaya por ser
um fruto de cacto indígena das Américas, em inglês tem o nome comum de
Dragon Fruit refletindo o nome a que é chamado na Ásia de Buah Naga
(Buah=fruto ;Naga=dragão). Pertence ao género Hylocereus e das três espécies de frutos doces comestíveis, todos de casca ligeiramente folhosa: H. undatus (característica pela sua pele rosa e carne branca); H. megalanthus (característica pela sua pele amarela e carne branca); está é a Hylocereus costaricensis com
pele rosa e carne vermelha, assim chamada por ter sido descoberta pela
primeira vez na Costa Rica. Embora a espécie seja nativa da Costa Rica e
Nicarágua é na Indonésia que eu reparo pela primeira vez no fruto. Estas
são as espécies de cactus mais cultivadas para fins comerciais, não só
pelo seu fruto saboroso mas também pela sua apreciada qualidade
ornamental devido às suas enormes flores. Esta espécie da família Cactacea
é uma planta suculenta trepadora, sobrevive em ambientes áridos e
rochosos (xerófita) e, sendo facilmente cultivada, encontra-se adaptada a
ambientes variados ocorrendo em florestas secas ou folhosas à
beira-mar.
Fui primeiro chamado à atenção deste estranho fruto
exótico pela sua casca rosa e folhosa e o nome a que está associado de
fruto dragão. Abrindo o fruto para o provar foi a sua cor magenta
brilhante, e as suas centenas de sementes que me transportaram para o
mundo do fantástico. A sua polpa sumarenta de sabor ligeiramente doce,
para mim inteiramente desconhecida, apenas me assemelhou ao sabor do que
poderia ser uma beterraba frutosa e fresca, mas provavelmente é a minha
associação das cores que conecta os paladares.
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Purple Mangosteen ou apenas Magosteen (Garcinia mangostana, da
família Clusiaceae) é uma árvore tropical persistente acreditada ser
natural dos arquipélagos da Malásia e da Indonésia. No entanto é
encontrada principalmente no sudoeste da Ásia, no sudoeste da Índia, e
noutras áreas tropicais como a Flórida e Puerto Rico, onde a planta foi
introduzida. Sendo uma árvore tropical, o Mangosteen tem de estar
exposto constantemente a temperaturas quentes, porque quando encontrada
sobre temperaturas inferiores a 0 graus Celsius por um longo período de
tempo, geralmente mata uma planta madura. No entanto recuperam bem de
pequenos períodos de temperatura negativa, efectando apenas o
crescimento de jovens plantas.
A árvore cresce entre 6m a 25m de
altitude. O fruto é doce, sumarento e fibroso embora branco no endocarpo,
relembrando os gomos dos citrinos, ótimo para os seus dia quentes. No
entanto o exocarpo não é comestível, de cor roxa avermelhada quando
maduro, que quando maduro no seu tamanho final ocupa cerca de 1cm do
raio do fruto, perfeito para quem tem mais olhos que barriga.
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Rambutan é o nome comum dado a uma árvore tropical de médio porte e
ao seu fruto pertencente à família Sapindaceae, com nome taxonômico de
Nephelium lappaceum. Rambutan é nativa das regiões da Malásia e
Indonésia, e de outras regiões do sudoeste tropical Asiático, e está
proximamente relacionado a outros frutos tropicais comestíveis como a
lichia, “longan” e “mamonchilo”. O nome comum, do sudoeste asiático,
rambutan deriva das línguas malaio-Indonésio, sendo que “rambut”
significa cabelos, e o sufixo “an” dà o estado de nome, referindo aos
cabelos pretuberantes da casca do fruto. No Vietename tem o nome de
“chôm chôm”, significando cabelo desajeitado, designado o que podem ver
na foto. No entanto é mais fácil descascar este fruto do que parece, e
uma vez dascascado pode-se saborear a doçura fresca, suculenta e
sumuenta, de uma baga translúcida semelhante à uva em que numa trinca se
refresca o corpo todo.
As flores são pequenas e crescem numa
panícula terminal, de cerca de 15-30cm de largura. Dando origem a um
cacho pendente de um conjunto de 10-20 bagas redondas ou ovais de uma
semente. As árvores rambutan podem ser: macho, que só produzindo flores
estaminais para propagar o pólen não dão fruto; fêmea, dando flores
apenas fêmea; ou hermafroditas, dando flores maioritariamente femininas
tendo uma pequena percentagem de flores masculinas. Portanto há que
prestar atenção uma vez que se queira produzir o fruto.
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Para os ocidentais conhecido como snake fruit, mas nas suas terras
nativas tem o nome de salak, e seu nome botânico é Salacca Zalacca, e é
uma palmeira da família Arecaceae, nativa em Java e Sumatra na
Indonésia. Contudo hoje já é amplamente cultivado em Bali, Lombok,
Timor, Maluku e Sulawesi. É uma palmeira pequena com folhas longas até
6m de cumprimento e os frutos nascem em cachos na base do tronco. Também
é conhecido por snake fruit por sua pele fina de escamas castanha
avermelhada, como se fosse uma cobra embrulhada. Têm o tamanho e forma
de um figo maduro, quando descascado a sua polpa comestível está
dividida em 3 segmentos, que isolados aparentam uns dentes de alho sem
casca, mas para mim que estou acostumado ao Outono-inverno português
facilmente relembra uma castanha descascada. Cada lóbulo contém uma
semente grande não comestível e o sabor dos lóbulos é ácido e doce, para
alguns relembra uma mistura subtil de sabores entre a banana e o
ananás. O salak de Bali é crocante e humido, e a sua consistência lembra
a do dente de alho ou da castanha assada. Curiosamente enquanto a casca
da castanha aparenta ser um ouriço-cacheiro, a casca do Salak aparento
uma cobra, denotando a sua natureza exótica foi um factor que me cativou
imediatamente passeando pelas bancas de fruta… é animal ou fruta?
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Duku, botanicamente chamado Lansium parasiticum, são uma variedade de
uma espécie de árvores da família botânica Meliaceae. Tem a sua origem
no ocidente da península da Malásia. Facilmente confundido com outros
frutos semelhantes, como o Langsat. A sua árvore atinge uma altura de
30m e 75cm de diâmetro de tronco, e este cresce irregularmente, deixando
visíveis as suas raízes horizontais.
O fruto duku, como o conheci
em Bali, é uma curiosa pequena baga que descascada lembra os pequenos
citrinos, com semente semelhante, do tamanho do cunquato, com o seu
sabor cítrico espevitante e fresco. Não o sabor mais impressionante do
mundo mas é fácil de agradar, fácil de carregar e pratico de comer.
*—*
Viajar
e conhecer novos frutos foi uma grande forma prazerosa que encontrei de
conhecer a natureza e ambientes culturais e botânicos dos locais a que
cheguei. Fico surpreendido com as formas e os sabores novos e estranhos,
saindo assim de um limite de contacto com frutos diferente condicionado
não pela região onde nos encontramos, mas também pelo monopólio de
supermercados, que a acabam por suprimir os mini-mercados e os frutos
que não convêm o negócio. E do conhecer os frutos eu gosto de fazer uma
viagem extra e ir de encontro a sua árvore, e conhecer está no seu
contexto natural, leva-me a conhecer o seu eco-sistema e seu contributo
para a populações vizinhas, seja fauna ou flora, ou até como as
sociedade beneficiam a nível comercial e caseiro. Daí se abre um mundo
todo, do tradicional até ou mais comtemporâneo, que em qualquer parte do
mundo vale a pena conhecer, ou simplesmente não esquecer.
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É assim chega ao fim este artigo bem interessante sobre frutas exóticas que o meu grande amigo Sérgio conheceu durante as suas viagens. Aconselho-vos a espreitarem o blog dele em https://espiritodeviagem.tumblr.com/ e a deixar um like na página de facebook: https://www.facebook.com/SergioRamosAVYoga/
Se tal como o Sérgio, desejarem ter um artigo vosso publicado aqui no blog, não hesitem em comunicar. O blog está aberto a qualquer pessoa e podemos publicar desde da natureza selvagem à natureza humana. O céu não é o limite! :)
Se tal como o Sérgio, desejarem ter um artigo vosso publicado aqui no blog, não hesitem em comunicar. O blog está aberto a qualquer pessoa e podemos publicar desde da natureza selvagem à natureza humana. O céu não é o limite! :)
Até já :)
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