As ilhas são sempre local de grande número de plantas e animais endémicos, isto é, que se encontram exclusivamente em determinada região. A ilha de Tenerife, no arquipélago das Canárias, não é uma exceção. Dominada pelo vulcão El Teide, com 3.718 metros de altura, é uma ilha isolada e repleta de micro-climas, dois dos fatores que lhe concebem uma grande percentagem de endemismos e uma beleza natural incomparável.
Dedo de deus e cratera principal do vulcão El Teide
Não fosse já o vulcão El Teide um ex-libris da região, com mais de 4 milhões de visitantes ao ano, Tenerife ainda conta com mais de 140 espécies de plantas únicas no mundo. Uma das minhas favoritas e mais famosa é a Tajinaste (Echium wildpretii), planta esta, que só pode ser encontrada nas ilhas de Tenerife e La Palma.
Tajinasta vermelha (Echium wildpretii)
A Tajinasta pode crescer até aos 3 metros de altura e floresce do final da primavera até ao inicio do verão. É uma planta bianual (com um ciclo de vida de 2 anos), produzindo uma roseta de folhas no primeiro ano (Fig. 3) e flores no segundo, acabando por morrer após completar este ciclo.
1º ano da Tajinasta vermelha (Echium wildpretii), resistente à neve (plantlust.com)
É uma planta com uma adaptabilidade térmica incrível, visto que passa metade do ano com temperaturas baixíssimas (fig.3) — Eu recordo-me de estar na praia na província de Puerto de la Cruz e olhar para o vulcão e ele estar completamente cheio de neve. — já durante o verão, estas plantas têm de suportar temperaturas bem altas.
Floração da Tajinasta vermelha (Echium wildpretii)
Num próximo artigo poderei falar um pouco mais sobre o vulcão Teide, um dos maiores vulcões da Europa e um dos mais emblemáticos do mundo. É a volta deste que se ligam grande parte das histórias e lendas criadas pelos povos que aqui viviam antes da chegada dos espanhóis, conhecidos como os ‘Guanches’.
Diz-nos o que achaste! Alguma vez tinhas visto uma planta assim? Alguma vez tiveste nas ilhas canárias? Não percas os próximos artigos, porque nós também não!
Hoje
em dia os telemóveis e as novas tecnologias dão-nos a possibilidade de tirar boas
fotografias, em qualquer altura e em qualquer lugar. De qualquer das formas, todos nós já passamos por aquele momento que desejaríamos ter uma máquina fotográfica mais potente, com melhor qualidade ou com mais zoom. Quem nunca esteve naquela situação de ‘momento certo à hora certa’ em que quase dávamos um rim para ter uma boa câmara e registar aquele momento especial?
Cornos de Cervus elaphus (Veado-Vermelho) — Fotografado no Piódão, Arganil
Foi no verão de 2015, quando trabalhava como vigia florestal e passava 12 horas por dia numa torre na Serra de São Pedro do Açor, Piódão, a 1350 metros e altitude, que decidi que tinha de comprar a minha primeira máquina fotográfica a sério (Aquelas compactas pequeninas não contam). A minha finalidade sempre foi fotografar natureza, principalmente para estudo e não podia ter escolhido melhor altura. Precisamente no primeiro dia que tenho a máquina avisto um veado vermelho (Cervus elaphus) em estado selvagem pela primeira vez na minha vida. Hoje, tenho a sorte de já ter visto mais uns quantos.
Cervus elaphus (Veado-Vermelho) — Fotografado no Piódão, Arganil
O meu objetivo nunca foi ser fotógrafo profissional, então optei por comprar uma câmara superzoom que me permitisse sem grande conhecimento tirar fotos a grande distância. Nem sempre é fácil aproximar-nos dos animais selvagens.
Na verdade, a fotografia de natureza acaba por ser um tipo de caça em que a nossa arma não é uma caçadeira mas sim uma câmara.
"Você não fotografa com a sua máquina, você fotografa com toda a sua cultura" Sebastião Salgado
Poucos dias depois encontrei pela primeira vez na minha aldeia um esquilo vermelho (Sciurus vulgaris) — Cada dia que passava estava mais contente com a minha compra.
Esquilo — Vermelho (Sciurus vulgaris) na Moita da Serra, Tábua
Sem dúvida que há dias que o melhor é não levar nada e apenas apreciar o momento com a natureza. A câmara nem sempre sai da mochila, mas as possibilidades que ela me abriu são imensas. Mesmo naqueles dias que não apetece fazer nada, a câmara serve-me de desculpa para sair de casa e procura um passarito ou um lagarto para fotografar, é fácil e dá milhões!
Este vídeo foi ainda uma tentativa meia falhada de filmar o esquilo, mas esta câmara peca por ter foco automático e não ter conseguido focar em condições. De qualquer das formas, fica a tentativa.
E tu, alguma vez viste veados selvagens ou esquilos em Portugal? Eles andam aí!